“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, por meio da oração e da súplica, com ação de graças, apresentem os seus pedidos a Deus.” (Filipenses 4:6 NVI)
A ansiedade, como alguns dizem, é o mal do século. Estamos sempre inquietos por causa de alguma preocupação, necessidade ou medo. Mesmo quando tudo parece estar bem temos aquela sensação de que, em algum momento, algo pode dar errado e tudo o que conquistamos e construímos desabará.
É inevitável não se preocupar com o amanhã, não ficar inquieto diante das incertezas econômicas e políticas não apenas de nosso país, mas também do mundo. Porém esse não é o estilo de vida que Deus deseja para mim e para você.
Escrevendo para a igreja de Cristo em Filipos, o Apóstolo Paulo os chama para viverem uma vida livre de ansiedade e preocupações. Sim, isso é possível. Não deveriam ficar inquietos com as preocupações da vida, mas deveriam desfrutar da plena paz em Deus disponível por meio de Jesus Cristo.
E onde está o segredo? Na oração, responde Paulo.
Ele sabia, mais do que qualquer outro homem, que a vida deste lado da eternidade é repleta de adversidades, de dores, de angústias e de todo tipo de mal, muitas vezes, mal sofrido sem qualquer propósito aparente. E não sabia disto apenas intelectualmente, sua própria carne carregava as marcas do sofrimento.
Mas ainda sim ele era capaz de dizer “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4:12,13).
Como o Apóstolo poderia viver tranquilo em meio à fome, ao desespero, à perseguição? Como seu coração não era perturbado pelas adversidades que tão de perto o cercava?
A paz que transbordava em seu coração nascia de uma vida entregue em oração a Deus. O Senhor conhecia as necessidades do Apóstolo, sabia quais eram seus temores e, da mesma forma, supria ele à medida que fosse necessário.
Pode até parecer alguma recomendação que tenha raízes no estoicismo, e não podemos negar a possibilidade do Apóstolo estar dialogando com os pensadores de seu tempo. Porém, ao contrário do estoicismo, que coloca o fardo do contentamento nesta realidade caída, o cristão firma sua esperança sobre a Rocha eterna.
Não precisamos viver ansiosos, não porque simplesmente somos incapazes de controlar a realidade ao nosso redor, tal como um estóico afirmaria, mas porque Cristo venceu a realidade que nos cerca e nos garante de Sua presença e companhia.
“… em tudo […] apresentem os seus pedidos a Deus”, cada inquietação, cada medo, cada insegurança e necessidade, afirma o Apóstolo, devem ser apresentados ao Senhor Deus com orações suplicantes.
E é aqui que reside o segredo de uma vida sem ansiedade: a capacidade de apresentar, em oração, todas as inquietações de nosso coração.
Talvez essa seja nossa maior dificuldade. Quando as coisas não vão bem temos a tendência de procurar soluções, “vou dar um jeito”, dizemos enquanto nos atarefamos com mais e mais inquietações.
Fomos condicionados a acreditar que precisamos dar conta de tudo, precisamos resolver tudo e que precisamos sempre vencer. Deixamos a oração e a súplica em último lugar da lista de prioridades, tentamos lutar com a força de nosso braço e a capacidade de nossa mente. Mas, nesse esforço de lutar sozinhos, nos ferimos e entramos num ciclo vicioso de inquietação e ansiedade.
O que o Apóstolo Paulo nos ensina, porém, não é um posicionamento despreocupado com a realidade. Não devemos cair no outro extremo acreditando que, se apresentamos em oração as nossas necessidades a Deus, então não precisamos fazer mais nada.
Ao contrário, ao suplicar ao Senhor a apresentar nossas necessidades a Ele podemos, com paz em nosso coração, continuar caminhando, lutando e construindo, pois estaremos avançando não em nossa própria capacidade, mas debaixo da Providência divina.
Não ande ansioso(a), apresente suas ansiedades a Deus, Ele não apenas sabe o que você necessita, mas já está no seu amanhã suprindo suas necessidades.